A Ignorância de Roberto Campos Neto representando a tradicional elite financeira Brasileira

A família Campos Neto e seu patrimônio, certamente está à distância de muitos zeros de legitimar representação da maior parte da população brasileira. Mesmo com bastante dinheiro para pagar cursos e saber melhor sobre o dia a dia de aproximadamente 70% dos trabalhadores de todo o Brasil, que recebem menos de dois salários mínimos por mês, Campos Neto parece viver (e as vezes realmente vive) em um país paralelo.

Mesmo tentando disfarçar, ele não consegue esconder a colossal ignorância sobre como vive a maioria dos Brasileiros que não possui empresas em paraísos fiscais, como ele.

A ignorância do então presidente do BC sobre os “malabarismos financeiros” das pessoas de classes menos abastadas ficou publicamente evidente quando a TV Cultura, em seu mais tradicional programa de entrevistas (Roda Viva), deu voz a ele, neto (como o próprio nome diz) de um dos fundadores do próprio Banco Central, no dia 13/02/2023. Roberto Campos (o avô) já tinha participado, em 1991, do mesmo programa.

Durante a entrevista, o neto de um dos fundadores e então presidente do Banco Central, ao propagandear uma “agenda social” e tentar passar uma imagem de que a diretoria do banco possui preocupação mínima com as classes menos abastadas, contou que, certa vez, um garoto oferecendo um “produtinho” o abordou em um restaurante. O então presidente não especificou que tipo de produto era, mas, deu a entender que seriam balas ou doces. Ele então disse que respondeu ao garoto que não tinha dinheiro e então o garoto disse que aceitava PIX e que “O Pix mudou a minha vida”. O garoto dizer uma frase dessas já é indício de que esse diálogo possivelmente nunca existiu e que o presidente do BC simplesmente o inventou para tentar passar uma imagem de que a diretoria do BC está trabalhando em prol dos trabalhadores mais necessitados.

As falas de Campos Neto renderam repúdio do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) por normalizar uma situação de trabalho infantil, pois, além de ele não ter feito alerta aos órgãos de proteção, ainda exaltou a “iniciativa” do garoto.

Sem contar a normalização do trabalho infantil, a ignorância do representante de classe o impede de enxergar que, se o PIX tivesse mesmo tido tanto impacto em melhorar a vida do garoto, ele simplesmente não precisaria estar exercendo essa atividade para sobreviver.

Quem Roberto de Oliveira Campos Neto representa?

A política de juros altos defendida por Campos Neto indica que ele prioriza o lucro de grandes instituições financeiras em detrimento da população endividada, que sofre com os juros. Ou seja, ele representa uma minoria privilegiada que já possui demasiada representação através de lobbies e da grande mídia corporativa. Além dos renomados economistas que lançaram um manifesto para repudiar as políticas de juros altos, no Brasil certamente há economistas extremamente qualificados academicamente e que já tiveram contato verdadeiro com classes menos abastadas alguma vez na vida. Como eles conhecem mais de perto as classes menos privilegiadas, não são tão ignorantes sobre elas e são mais qualificados a representá-las, pois, representam a maioria dos Brasileiros em um sistema, pelo menos em teoria, democrático, não plutocrático.

O atual presidente do BC é membro de uma antiga elite financeira hereditária que não quer mudanças no sentido da justiça social. Descendentes da mesma elite financeira brasileira que proibia o escravo de se alfabetizar para que ele não perdesse os antolhos, hoje enganam parte do povo dizendo que está fazendo o melhor pra população ao dar mais poder e independência ao banco criado por eles mesmos.

Enquanto isso, o governo do terceiro mandato de Lula diariamente questiona e combate os juros altos, mas, é quase inútil, pois, questiona sem efetivamente combater a “ordem” neoliberal, assim como nos mandatos anteriores do PT.

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